Estamos no
tempo mais propício para a Igreja nos convidar às mudanças de vida no sentido
da conversão. A liturgia será um constante convite a entrarmos num clima de
exercícios penitenciais, envolvendo a oração, jejum e a caridade. Um “momento
favorável” para reexaminar a nossa consciência no tocante a vida cristã que
estamos vivendo, tanto no âmbito comunitário quanto pessoal. Estamos verdadeiramente
nos passos de Jesus ou não? Essa é a pergunta principal deste tempo favorável à
conversão.
A Quaresma é, portanto,
esse tempo de mergulhar dentro de nós mesmos, de sondar nosso interior com mais
intensidade e, após sérios questionamentos, voltar a alegria de deixar o
Evangelho reger nossa vida. É o tempo mais apropriado para reconhecer que todos
somos pecadores. E quem se reconhece pecador, admite sua fragilidade humana
diante do Senhor nosso Deus. Por outro lado, é também o reconhecimento de que precisamos
do perdão amoroso desse Deus rico em misericórdia, para termos a condição de
perdoar nossos irmãos. Quem não quer receber o perdão divino, terá muita dificuldade
para perdoar porque não experimentou a beleza do perdão, não sabe o quanto é
feliz aquele que se deixa inundar por essa graça de Deus. Por conseguinte, quem
não tem o perdão no seu interior, não tem como perdoar o próximo porque lhe
falta o perdão.
O perdão
fraterno é uma questão muito humana, é preciso ter humildade para reconhecer
primeiro o próprio pecado e, depois, por consequência, chega-se à compreensão mais
lógica de que não se pode julgar o irmão, porque ninguém é melhor e nem pior do
que ninguém e, por isso, todos devem perdoar-se mutuamente.
Sendo assim, é
também um tempo de buscar viver melhor o discipulado no seguimento a Jesus,
lutando para alcançar a santidade a qual fomos chamados. A Quaresma nos chama a
vencer as tentações ouvindo a voz do Senhor, cumprindo seus mandamentos e se
deixando guiar por sua santa Palavra.
Meus caros, é preciso
atrair a bênção de Deus para as nossas vidas, e isso se faz mediante a abertura
do coração para deixar-se conduzir por Deus. Como seria satisfatório se, depois
desse tempo roxo de penitência, pudéssemos constatar que estamos mais semelhantes
a Deus nesse quesito santidade. Como seria bom perceber que a santidade em nós
está maior. Como seria bom perceber que a palavra de Jesus, “Sede santos, assim
como vosso Pai celeste é santo” (Mt 5,48), teve repercussão positiva dentro de
nós neste retiro quaresmal.
Enfim,
aproveitemos este tempo favorável para nos introduzirmos mais em Deus, e deixar
que ele possa entrar bem dentro do nosso coração. Que os nossos exercícios
espirituais de penitência possam nos levar a crescer no seguimento a Jesus,
possibilitando-nos a santidade. Amém!
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