Atos 9, 26-31; Salmo 21(22); 1 João 3, 18-24; João 15, 1-8
O
Evangelho deste final de semana nos falará da comunhão com o Cristo, Videira
verdadeira. Mas, nos perguntemos em primeiro lugar, o que é comunhão?
Comunhão
é a unidade do amor na qual Deus vive em si mesmo como Pai, Filho e Espírito
Santo. Nosso
Deus não é um Deus solitário, ele é três Pessoas divinas em um só Deus. É a Santíssima Trindade. É
uma imagem que traduz-se numa espécie de entrelaçamento de amor entre o Pai e o
Filho, no Espírito Santo.
Assim,
vemos que a noção de comunhão tem a sua origem em Deus. Deus,
nas três pessoas divinas, é a comunhão perfeita de amor.
Agora,
deixemos nossa mente voltar-se para a família do homem após a queda de Adão e
Eva. Dificilmente
se poderia descrever essa família como comunhão de amor, muito pelo contrário. O
homem rejeitou a Deus e agora encontra-se preso em um estado desesperado,
destrutivo, distante de Deus, dos outros, alienado de si mesmo e do mundo
natural.
Felizmente,
porém, Deus na sua bondade, não abandonou a sua criação. Ele veio entre nós. Ele
entrou na prisão em que haviamos trancado a nós mesmos e da qual não tinhamos
escapatória. Ele
veio a nós como um de nós. Ele
veio entre nós na pessoa de seu Filho unigênito, Jesus. Ele veio, enviado por
Deus, para nos libertar. Em
outras palavras - para nos atrair, para nos convidar, para tornar possível para
nós, mais uma vez, a comunhão com o Pai.
No
entanto, precisamos ter muita clareza sobre isso, Jesus não obriga ninguém. Ele não veio para "arrastar-nos"
em comunhão. Ele
veio, em primeiro lugar, para torná-la possível e, por outro lado, chamar-nos a
ele. É
um “convite” à comunhão, que será aceita por muitos - mas não todos.
Aqueles
que aceitam são aqueles que, reunidos em torno de Jesus e em comunhão com ele,
serão chamados Igreja, a comunidade cristã.
E
assim, agora temos de nos perguntar: Como posso entrar em comunhão com Jesus? São
João, na segunda leitura, deixa claro: Todo aquele que observa na vida os mandamentos
de Deus, permanece em Deus e Deus nele.
Jesus
não só nos convida a entrar em comunhão com Ele e com o Seu Pai, mas de certa
forma Suas palavras insitem conosco por duas razões. Em
primeiro lugar, para que possamos viver: “Quem não permanece em mim é lançado
fora, como a vara, e seca; tais varas são recolhidas, lançadas no fogo e
queimadas” (Jo. 15,5), e em segundo lugar, para que
possamos dar frutos: “Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque
sem mim nada podeis fazer (Jo. 15,5).
Os
privilégios de permanecer nele são quatro. Vamos
ser "podado" (pelas mãos experientes do Pai), vamos dar glória ao
Pai, o Pai atenderá nossas orações, e vamos ser verdadeiramente discípulos de
nosso Senhor.
A
chamada à comunhão é universal, por isso que se descreve a Igreja como Una, Santa,
Católica (isto é, universal) e Apostólica. Mas o apelo não é atendido por
todos. Aquele
que não atender ao chamado, que não está pronto para aceitar as condições de
entrar em comunhão, ou seja, "observar os mandamentos", exclue-se da
comunhão com Ele.
Assim,
como a comunhão do homem e da mulher é exclusiva, também, o nosso
relacionamento com Deus é exclusivo. Então,
quem não está disposto a permanecer com Cristo na sua Igreja exclue-se desta
comunhão. Mas, a comunhão não pode ser fingida, disfarçada de uma recusa em
atitudes que tomamos diariamente, porque isso seria uma resposta negativa ao convite
de Jesus.
O Evangelho descreve a comunhão, insiste na necessidade de comunhão, adverte
ainda sobre a “punição” para quem se recusa a comunhão ou deixá-la através do
pecado. No
entanto, essa “punição” não é provocada por Deus, é uma conseqüência natural do
ramo que se recusar a continuar a ser uma parte da videira.
Jesus
veio a nós na semana passada como o Bom Pastor, com os braços abertos para
abraçar a todos e nos atrair para o Seu rebanho. Esta
semana ele se apresenta como a Videira, disposto a alimentar com a vida eterna todos
aqueles que permanecem Nele como seus ramos. A imagem é extraordinariamente
atraente. É
preciso deixarmos que esta Palavra penetre nossas consciências para que tenhamos
clareza do que é que está sendo oferecido a nós e não tardemos em responder: Sim
Senhor. Sim.
Por: Pe. Márcio Henrique Mendes Fernandes
@pemarciomendes
pemarcio@gmail.com
pemarcio.blogspot.com
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